sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um crime perfeito.

Lençóis amassados.
Rosas e flores.
Uma noite de amor e carinho.

Choro.
Lágrimas de desejo.
Por um beijo roubado.

Um crime perfeito.
Reto, ereto.
Feito, aberto.
Com tesão e agonia.

Uma intensa ternura.
Um feixe de loucura.
Uma batalha desfraldada.
Sob campo aberto.
Vazada pelo meio.
Pelo cruzamento suado das pernas.
Pelas mãos que avançam sem censura e tocam,
Mergulham descem e aquecem.
Fazendo o medo expirar.
Eriçando os pelos intocados.
Tremendo a carne fresca.
Açoitada, atacada, violada pelo,
Estrangeiro.
Lábios, dentes em posição de combate.
Unhas afiadas, amoladas, taradas.
Bocas e gargantas a deriva.
Suspirando ao vento.
Olhando o infinito.
Gemendo por dentro.
Pupilas dilatadas sem enxergar.
Agarrados cruzados na sala de jantar.
Caminhantes sem caminho.
Em direção a terra santa.
Sem espinhos.
Mergulhados no pão e no vinho.
Estirados, emaranhados, molhados.
Banhados pelo néctar.
Salivados, chorados, gozados.
Mortos ressurretos, felizes.
Despedaçados.
Agonizantes.
Feito água na fonte.
Descansando na sombra,
A espera da criação.
Pétalas caídas.
Perfuradas, semeadas.
Cheias de vida.

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