quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A duvida.



O que deseja meu coração?
Catando migalhas, raspas de sorrisos.
E sem nada nas mãos.
O que ele deseja?
O que é de sua vontade?
Se todas não bastam ou são pela metade como satisfazer a alma?
Segue feliz e sem nada.
Que ironia.
Desejo sem tocar.
Quanta duvida.
A cada olhar o desejo se renova.
Pode ser sem querer, sorriso de prazer.
Mas o olho, este maldito, quando lançado provoca calafrios arrepiados, vontade de atacar e ser atacado.
De todos os encantos de fêmea o pior veneno ela carrega nos olhos.
Malditos cristais de sedução.
Sugam-me com inocência suave.
Atiçam e rebaixam os desejos da carne.
Desejo apenas desejar.
Desejo apenas tocar.
O coração.
Esta válvula esponjosa e mole.
Amolece, arrefece.
Primeiro a contemplação lenta, estática e ampla que dura um segundo.
Depois a desilusão e o desejo.
Ela se foi.
Levou-me o olhar.

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