sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sol do Leste

Duas horas da manhã e o silêncio sufocava a antiga cidade. Os habitantes refugiavam-se no antro de suas casas, prevendo a catástrofe.
De repente a luz brilhou no deserto. Não era o Deus cristão nem o Muçulmano Alá, muito menos a estrela de Belém e sim o bombardeio americano sobre Bagdá.
A noite escura tornava imperceptível o sofrimento daqueles citadinos, porém quando as primeiras rajadas do sol escaldante iluminaram a terra, mostraram as entranhas de um povo distante em meio aos escombros.
Um homem de meia idade, de joelhos perante a divina luz, desesperado abraçava o cadáver seu filho e pedia uma explicação aos céus por aquele genocídio.Por toda parte o sangue real dos inocentes civis brotava feito erupção.
Ao fundo á sombra de uma parede estilhaçada uma criança coberta de sangue e poeira chorava a ausência de seus pais. Muitos adultos na esperança de salvar alguma alma de má sorte reviravam alucinadamente aqueles montes de pedras.
Aquele povo de cultura pré-histórica que sofria com a ditadura dos “Hussein” teve o direito a vida ceifada por um inimigo distante. 

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