quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Desligue a tv: estou escrevendo.



Chove lá fora.
Ouço as lágrimas do céu quedarem-se sobre folhas verdes no jardim.
O liquido derrama-se, escorre, escapa entre as ramagens e penetra no solo agonizante.
O ar é leve e cheiroso.
A noite, sincera e cálida protege o milagre dos olhos irritantes.
Os pássaros não cantam.
Descansam no ninho.
Protegem seus filhotes do frio e dos predadores.
Só um Quero–Quero solitário ousa romper o silêncio projetando no ar seu guincho desalinhado.
O vento sopra devagar.
As folhas se movem indecisas.
De lado a lado.
Sim, não, sim, não.
O relâmpago brilha no céu.
A luz reverbera e desaparece.
Logo depois o trovão.
Chove.
Chove lá fora.

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