sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Teatro em Arena: A Dança da Morte.


Porteiras fechadas, as feras se encontram. Circulam pelo mangueirão mantendo uma distancia “segura”, suficiente para estudarem um ao outro.
Os olhares se cruzam, os passos são dados com precisão e cautela, os movimentos e os menores gestos pensados, cada qual tentando encontrar o momento certo, “exato” para atacar ou se defender.
Como os pistoleiros do velho oeste que se encontravam frente a frente para o acerto de contas ou como o jogador de futebol avançando e movendo as pernas dando “pedaladas”, tentando “pegar” seu marcador no “contra-pé”, e supera-lo e o marcador que do mesmo modo estuda os movimentos do atacante tentando dar o “bote” certo, na arena o touro e o homem medem forças, se estudam.
A arena constitui mundo à parte, local do julgamento cotidiano. Não é necessário que haja vencedor ou condenado, o objetivo é de que ambas as partes se conheçam, sejam “apresentadas” e que possam conviver senão pacificamente, pelo menos em relativa harmonia.
A encenação que pode eventualmente causar a morte de um dos participantes, não que isto seja a regra, se dá no “enquadramento” da arena ou mangueirão. É neste pequeno mundo que homem e animal se encontram e “contracenam” a batalha da vida diária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário