quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Riacho.


Um século se passou.
Vidas nasceram e morreram.
Em outro lugar.
As águas.
Elas descem.
Contornando, cantando.
Pedras, migalhas e areia.
Seu ritmo é o mesmo.
Horas e horas.
Dias e dias.
Água na pedra.
Elas descem.
Sua queda.
Velocidade média.
Será a mesma.
Se não chover amanhã.
Tudo depende de tudo.
E se a fonte secar?
Haverá areia no mar?
Sei que descem.
Montanha abaixo.
Rolando pedras.
Sinto passarem por meus pés.
Todo dia é a mesma coisa que não se repete.
Jamais.
Ontem foi.
Hoje é.
Amanhã será.
Todos os dias rios descem montanhas.
Parece monotonia.
Repetição simples.
Sem graça.
Porém.
Cada segundo é único.
Na vida, na alma e na pedra.
Todos os dias folhas crescem.
Coisas morrem.
O rio desce.
Lascas se transformam.
Pedra, areia, poeira.
Prédios são construídos.
Todo dia é um mundo novo.
Semelhante ao que foi.
Porém novo.


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