sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A partilha dos pães


Não consegui me concentrar para escrever e resolvi ir ao sitio no Sertão com intuito de me livrar das pressões e deixar as idéias fluírem. Meu pai havia alugado o terreno neste local para criar gado. Antes de sair, de manhã, recolhi os pães velhos que sobraram de casa ou das casas onde minha mãe fazia faxina.
Cheguei com as sacolas cheias. Boa parte dos animais estava na mangueira. Alguns se assustaram e saíram em disparada.Depois, quando perceberam que não corriam perigo e que trouxera alimento, voltaram.
Comecei abrindo as sacolas e partindo o pão em pedaços menores e jogando no cocho para que todos se alimentassem.
Minha intenção era de que todos comecem a mesma quantidade, porém não tinha certeza se estava sendo justo, pois não sabia qual era a necessidade de cada animal.
Outro problema era que não conseguia controla-los e os mais fortes levavam vantagem.No inicio a novilha branca tomou conta do cocho e não deixou os bezerros comerem. Pouco tempo depois a vaca preta se levantou expulsou a novilha e ocupou o cocho. Alguns bezerros não conseguiram comer. A novilha contornou o cocho e se aproximou de mim e meteu a boca na sacola. Consegui afastá-la e de vez em quando colocava um pão em sua boca para mantê-la à distância. Minutos depois havia esvaziado as sacolas. Os Pães acabaram e nem todos se alimentaram.

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