quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O baile da rosa.


O vento sopra teimoso, agressivo.
A rosa balança exalando seu cheiro imaculado. As pétalas refletem o frescor e a suavidade. Cores brilhantes, cheias de vida, espinhos de planta.
Brincam felizes, presas a terra, insinuante provoca, sem que se perca e inocência.
O beija – flor feliz coloca seu bico no meio da rósea rosa e suga o néctar. Carregado de vida segue o beija-flor semeando os frutos da partida.
A rosa relva espinho de Eva baila provocante e atrai para seu meio o mais digno e fiel dos amantes.
O beija-flor de coração acelerado, ofegante e descompassado cai de peito aberto sobre o néctar vibrante.
O vento, a dança e o desejo ditam o ritmo do contato, do ato concreto e exato.
Sem vergonha e com medo a rosa perde suas pétalas.
Umedecidas pelo vapor calor.
Pelo atrito contato.
Pelo com pelo.
Até o fundo extremo da alma.
A rosa descansa enrolada em lençóis.
De sombra e mais nada.
O beija – flor parte feliz.
Tendo cumprido sua missão sem asas arranhadas.
A rosa perde a inocência.
Agora é flor experimentada.
Que deseja ardentemente ser mulher.
E mais nada.

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