sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Montanha


Cansado de apreciar a distancia, a imponente presença da montanha resolvi ir a seu encontro.
Deixei para trás a cidade e minhas obrigações diárias. Levei uma mochila com alguns alimentos, convenci minha namorada a ir comigo.
Nas primeiras horas, caminhamos felizes, de mãos dadas contemplando a paisagem sem olharmos para trás.
Aos poucos o cansaço apresentou-se a nós. Diminuímos o passo, cambaleávamos. Paramos numa sombra para descansar. Deitamos um pouco e de olhos fechados ouvimos o vento movimentar as árvores e nos refrescar. Nosso suor escorria e se misturava com a terra. O sol inclinou, colocamos nossas mochilas nas costas e partimos. A subida era cada vez mais íngreme e agora não tínhamos mais a proteção das árvores. Caímos extenuados. O ar escasso nos deixava boquiabertos, usávamos todos os músculos para captar o ar. O sol incandescente não nos dava trégua, nossas roupas estavam ensopadas. Tomamos os últimos goles de água, nos alimentamos com o que sobrara e sentindo que era preciso nos livrar do peso desnecessário para chegar ao cume, deixamos para trás as mochilas, rasgando nossas roupas, de modo que só usaríamos panos suficientes para nos proteger do sol.
Era difícil caminhar, se caíssemos rolaríamos por quilômetros montanha a baixo. Começamos a andar inclinados com as mãos tateando no chão. Nos agachamos e engatinhamos. O vento voltou e atenuou a sensação térmica, conseguimos nos erguer e caminhamos até o cume.
O cansaço e o perigo eminente haviam reduzido nosso campo de visão nas ultimas horas da caminhada. Nos focamos em nosso objetivo e não enxergamos coisa alguma, porém quando chegamos no cume e vimos o por do sol, sentamos em uma pedra e assistimos estáticos ao espetáculo da natureza. 

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