sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Carreta de Plástico.


Talvez fosse um sábado, ninguém lembra, mas o fato é que naquela tarde, ou se fora noutra isso não vem ao caso, o menino foi passear na cidade com seus pais.
Na volta para casa seu pai deu uma passada na venda da dona Biba. O menino desceu da Brasília azul, subiu os três degraus de cimento e tijolo, pôs os pés no assoalho de madeira e olhou encantado ao ver vários brinquedos pendurados no forro com barbantes e embrulhados com sacos típicos de carregar batata ou cebola. Seu pai permitiu que escolhesse um brinquedo. O menino pediu o maior brinquedo, uma carreta de transportar combustíveis. Como não tinha dinheiro suficiente seu pai lhe deu um caminhãozinho pequeno, uma caçambinha de cor azul. O menino esperneou, mas não foi atendido. Em casa, chateado, o menino sentou-se no chão encerado do seu quarto e destruiu o carrinho. Sua mãe estava na sala, provavelmente passando roupa sobre a mesa. Não havia portas nos quartos. Ela ouviu pacientemente o menino resmungar, quebrar o brinquedo e dizer que aquele não era o brinquedo que queria.

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