sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

15 Marretadas.




Uma manha de sol intenso que fazia as folhas brilhar azuis esverdeadas. Estava no matadouro do Quica e hoje não consigo lembrar o que me colocou naquele cenário.
Amarrado num esteio estava um novilho Nelore lindo. Branco, mocho de cupim de bom tamanho que deveria pesar umas 18 arroubas.
Ao invés de usar a faca e perfurar o coração, o açougueiro preferiu usar a marreta. Ficou frente a frente ao animal e desferiu - lhe uma marretada na testa. Pude ouvir os ossos se quebrarem, mas o novilho permaneceu de pé.
O açougueiro continuou desferindo marretadas e com cada vez mais força, usando toda a tração de seus músculos e o animal se mantinha de pé sem fraquejar, firme sob as patas.
A cada marretada os ossos da face eram estilhaçados, mesmo assim o novilho resistia.
O homem deu dois passos para trás, descansou, subiu no Bret e prostrado como se fosse montar no animal, ergueu a marreta até quase se encostar às telhas e usou sua força para descê-la sob a testa do animal.
Como se estivesse perdido as pernas o animal caiu violenta e rapidamente no chão, fulminado pelo golpe.
Rapidamente, sangraram-no, tirara-lhe o couro, as vísceras, a cabeça e penduraram-no pela talha. Ainda ouço o barulho das correntes erguendo o animal.

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