Porteiras fechadas, as feras se encontram. Circulam pelo mangueirão mantendo uma distancia “segura”, suficiente para estudarem um ao outro.
Os olhares se cruzam, os passos são dados com precisão e cautela, os movimentos e os menores gestos pensados, cada qual tentando encontrar o momento certo, “exato” para atacar ou se defender.
Como os pistoleiros do velho oeste que se encontravam frente a frente para o acerto de contas ou como o jogador de futebol avançando e movendo as pernas dando “pedaladas”, tentando “pegar” seu marcador no “contra-pé”, e supera-lo e o marcador que do mesmo modo estuda os movimentos do atacante tentando dar o “bote” certo, na arena o touro e o homem medem forças, se estudam.
A arena constitui mundo à parte, local do julgamento cotidiano. Não é necessário que haja vencedor ou condenado, o objetivo é de que ambas as partes se conheçam, sejam “apresentadas” e que possam conviver senão pacificamente, pelo menos em relativa harmonia.
A encenação que pode eventualmente causar a morte de um dos participantes, não que isto seja a regra, se dá no “enquadramento” da arena ou mangueirão. É neste pequeno mundo que homem e animal se encontram e “contracenam” a batalha da vida diária.
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