sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Presente.



Os dias pesavam sobre mim. As duvidas se acumulavam e sentia que meus ossos estavam a ponto de se partir.
Estava diante de um ambiente estático, fechado em si mesmo, onde até os sorrisos, as vozes das pessoas a minha volta se prolongavam mecanicamente, engessadas, programadas.
Usava a escrita, as cores e as formas, para expressar minhas duvidas e aliviar minhas dores.
Era freqüente contornar o pátio interno do estabelecimento onde estudava e me dirigir aos locais de estudo.
Contornava as escadas em direção a saída quando uma pessoa gritou meu nome. O som me paralisou. A pessoa se aproximou olhando em meus olhos e me entregou um livro dizendo:
- Isto pode te ajudar, não tem respostas, mas aponta caminhos.
Tirei a mochila das costas e me abaixei. Girei a aba do boné, colocando-a sobre os olhos para que escondesse minha fraqueza. Meus olhos desfocados pela umidade enxergaram algumas garotas próximas aos bancos que estavam assistindo a cena. Não tive forças para permanecer no lugar. Coloquei a mochila nas costas e sai.

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