quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Projeto Eva: Um Crime no Paraíso.



 Por quê?

Porque você?
Porque diante do espelho me transformo no ciclope mitológico e na trindade de  quatro olhos?
Você existe?
É você o culpado?
De tantos caminhos porque logo este?
Era de seu desejo que conquistássemos os quatro cantos?
Para que?
Acaso és surdo?
Onde estas?
Venha, sopre nos meus ouvidos os teus mandamentos.
Porque tenho de fazer o sinal da cruz em sua memória?
Porque necessitas de tanto sangue?
Porque insistis com a ladainha?
Porque o homem?
Porque o fizeste caminhar?
Para que se nada feito por este mortal equivale a sua obra?
Porque mentiu?
Bem sabemos o fim não aconteceu.
Então quais são seus planos?
Porque a morte aumenta a sua força?
Até quando continuará o suplicio?
Quantos mártires na esteira?
E o futuro?
É mesmo da tua safra?
Porque soltasse as feras?
Porque nos abandonaste?
Duvido da tua existência.
Duvido do seu poder.
Seu mundo derrama lágrimas e sangue.
Sua pele fede.
Estas sob júdice.
Na fila da cadeira elétrica.
A sua morte. É isso mesmo?
Acaso estas nos deixando?
E o que nos resta?
Proclamar a extinção ou o nascimento de uma nova era?
Com quem deixarás a chave do teu fracasso?
Por quê?
Perdeste a língua?
Desistisses mesmo?
Estou cansado.
Dormirei.
Desperte-me amanha.
Até.


Um crime no paraíso.

No principio era o verbo e o verbo se fez.
Por quê?

No principio tudo era.
Matéria concentrada, energia condensada.
E de repente a expansão.
A projeção, transformação.
A diferenciação e a existência.
Houve o dia em que a aurora surgiu no horizonte.
E teve inicio.
Luz.
Água, ar.
Terra.
O céu foi estendido e o sol e a terra se enamoraram.
Procriaram.
E houve a criação.
E os seres cresceram e morreram.
E nós chegamos.
Do ventre da terra, das entranhas.
Surgimos.
Ar, água, luz.
Os olhos se abriram.
Fomos iluminados.
Vivemos, desde então.

A noite e o dia.
A aurora e o crepúsculo.
O sol e a lua.
A terra, a água, o ar, o céu e as estrelas.
E todos os seres.
E tudo o que havia sobre a terra.
O paraíso enfim.
Respirávamos, comíamos, bebíamos, procriávamos.
Coletávamos, caçávamos.
Frutos, animais da terra, da água e do ar.
Havia outros entre nós, que nos devoravam.
O polegar oponível e a pedra.
Começamos então.
Organizamos-nos e criamos ferramentas.
Conhecemos a morte.
O que seria?

Somos seres iluminados.
Que vêem, ouvem, cheiram, tateiam, degustam e ganem.
Comemos, bebemos.
Urinamos, defecamos.
Nascemos, procriamos.
10 orifícios.
4 patas.
1 coração.
1 cérebro.

Sistemas.
Nervoso.
Cardiovascular.
Respiratório.
Reprodutivo.
Digestivo.
Muscular.
Ósseo.
Artérias.

Domesticamos plantas, animais, o fogo.
E enterramos nossos iguais.
A roda, os metais, a escrita.
Estabelecemos um ponto fixo.
Um território, uma propriedade.
Diferenciamos-nos dos demais.
A partir do olho e do lugar.
Somos miméticos: aprendemos copiando, adaptando, interpretando.
O que já existe.
Antes disso, o homem caçava.
Precisava saber prever, antecipar.
Dominar.
Era mágico, feiticeiro, xamã.
Agora então ele planta, cria, estabelece propriedade.
Nasce a civilização.
Não a humanidade.
Houve e havia nesse tempo.
A grande mãe e a serpente.
Quando a fertilidade.
Era necessidade.

E houve um dia.
Quando todos os deuses desabaram.
E todas as coisas.
Ruins e boas.
Nasceram neste solo.
Sobre a terra.

Quando a vida.
Era ofertada em sacrifício.
Nasce o homem.
Repleto de si.
Inteligente.
O homem sente, carece.
De eternidade.
Nasce a noite.
O medo daquilo que não pode ser visto.
O desconhecido.
Nasce o medo.
Da fêmea sensual e lasciva.
Que conquista.
Hipnotiza.
Com o olhar.
Desde então tememos a cegueira.
E por isso o suplicio da alma.
Bebemos, dançamos.
Expressamos-nos.
O touro, o falcão, a águia.
Os golfinhos de Creta.
O leão, o cavalo, o dragão e a serpente.
O beija – flor.
Exercitamos nossa humanidade.
Enfrentando - a.
Numa arena ou num jogo.
É assim.
Sempre foi.

Nasce próximo aos rios.
No crescente.
Ao sabor das correntezas.
Fixa-se finalmente.
Surge a escrita.
A sociedade.
A agricultura.
A guerra.
Antes disso.
Esteve no paraíso.
Estático e eterno.
Onde nada acontece.
Enquanto a terra girava.
E o sol iluminava.
O homem esperava.
Eis que o inesperado acontece.
Um crime.
Aos olhos de Deus.
A serpente penetra na fêmea do homem.
A mulher descobre seu corpo.
Abre os olhos.
Conquista.
Macho e fêmea.
Cruzam-se.
Provam do fruto proibido.
Descobrem.
Deus.
A criação, da criação.
Os expulsa do paraíso.
Os condena.
A partir de agora.
Que conseguem distinguir e diferir.
Devem caminhar.

O prazer é condenado.
Por Deus pai nosso.
O casal atravessa os cinco estágios da vida.
E descobre a morte.
Como reconquistar a eternidade se peco?
Se amo o pecado?
Porque mesmo parado.
Ela virá até mim.
E me levará?
Como posso negar a carne.
Se é desejo que corre nas veias.
Caminho então.
 E tento descobrir.
A verdade.

A terra prometida.
Fica longe.
Tão distante quanto o olho.
Aqui há esforço e trabalho.
Muito suor e sangue.
Atrás do inviso.
Para encontrar a eternidade.
Eu ando.                          A mão gravada.
Andando.
Eu morro.
Há outro modo?
Os deuses não me respondem.
O deus da guerra nasce.
Pelo fio do metal derretido.
Sua face é bela.
Seus punhos são firmes.
Sua espada sangra.
Nosso vermelho fluido se esvai.
O metal penetra silencioso.
E perfura o coração.
Oh! Lágrimas.
Pela vida abreviada.

O homem avança.
Contra si mesmo.
Conquista a conquista.
Domina, controla.
Subjuga, escraviza.
Bem e mal.
Mal e bem.
Onde habita?
Ele é impulsionado.
Ele sente que é.
Então avança.

A palavra.
A morte renascimento.
A fera domesticada.
O touro castrado.
O comercio.
A navegação.
O amor.
A eternidade.
A escrita.
O alfabeto.
A civilização.
A humanidade.
A fertilidade.
A chuva.
O vento.
O trovão.
Deuses.
Deusas.
Água.
Ar.
Infinito.
Sem explicação.
Construções fortificadas.
Plantio.
Colheita.
Vida morte renascimento.
Renascimento, morte e vida.
É assim.
Até a eternidade.

A vida.
Surge na água.
Penetra na terra.
Á fertiliza.
O sol aquece.
A lua orienta.
Chove.
Dá-se o matrimonio.
Reverbera a vida.
O vento.
O ar.
As estações.
Terra.
És ceio.
Semêm.
Óvulo.
Órgão aberto à criação.
Tudo passa sobre ti.
Tu permaneces.
Atraindo.
Unindo.
Gerando.
És terra.
És vida.

A estrela de Belém.
Traz a esperança.
O messias.
Uma santa criança.
Nasce glorificado.
Anunciado e esperado.
Aquele que guiará.
Que levara as almas sofredoras.
Para a terra santa.
A terra prometida por Deus pai.
Nasce.
O mártir, herói salvador.
Cristo.
Filho dele.
A última ceia.
A eucaristia.
Sexta feira santa.
A crucificação.
O nascimento.
A morte.
A ressurreição.
A hóstia consagrada.
O vinho.
O corpo e o sangue.
De cristo.
O cordeiro de Deus.
O filho dele.
Dado em sacrifício.

Nasce o cristianismo.
A história dos homens que sofrem.
E buscam a redenção.
A salvação da carne.
A remissão dos pecados.
A vida eterna.
Maria.
Virgem santa, mãe pura.
Madalena.
A pecadora arrependida.
Judite.

Nasce a privação.
O castigo e a queda.
Do ser humano.
A castração.

Céu, inferno e purgatório.

Pai nosso.
Que estas nos céus.
Santificado.
Seja o vosso nome.
Venha a nós.
O vosso reino.
Seja feita.
A sua vontade.
Assim na terra.
Como no céu.
O pão nosso de cada dia nos daí hoje.
Perdoai nossas ofensas.
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixei cair em tentação.
Mas livrai-nos do mal.
Amem.

Ave Maria.
Cheia de graça.
O senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres.
E bendito é o fruto.
Do vosso ventre.
Jesus.

Santa Maria.
Mãe de deus.
Rogai por nós.
Pecadores.
Agora e na hora.
De nossa morte.
Amem.      

Creio em Deus pai.
Todo poderoso.
Criador do céu e da terra.
Que em Jesus Cristo.
Seu único filho.
Nosso senhor.
Que foi concebido.
Pelo poder do espírito santo.
Que nasceu da virgem Maria.
Padeceu sobre Poncius Pilatos.
Foi crucificado.
Morto e sepultado.
Desceu a mansão dos mortos.
Ressuscitou ao terceiro dia.
Subiu aos céus.
Está sentado á direita de Deus pai.
Todo poderoso.
Donde há de vir julgar os vivos e os mortos.
Creio no espírito santo.
Na santa igreja católica.
Na remissão dos pecados.
Na ressurreição da carne.
Na vida eterna.
Amem.

Salve rainha.
Mãe de misericórdia.
Vida e doçura.
Esperança nossa salve.
A vós bradamos.
Os degredados.
Filhos de Eva.
A vós suspiramos.
Gemendo e chorando.
Neste vale de lágrimas.
Eia, pois advogada nossa.
Esses vossos olhos misericordiosos nos volvei...

A via sacra.
O santo sudário.
Os passos da agonia.
Sofrimento.
Fé.
Ressurreição.
Em nome do pai.
A santidade da virgem.
Santíssima trindade.
Concilio de Nicéia.
Constantino.
Constantinopla.
Igreja católica apostólica romana.
Igreja ortodoxa.
Igreja no oriente.
Venerar a imagem.
A eternidade da carne.
Pai.
Filho.
Espírito santo.
A salvação pela fé.  

Carlos Magno.
Igreja e estado.
Feudalismo.
O controle do tempo.
E do povo.
As cruzadas.
Invasões.
Saques.
Cisma do oriente.
Conquista de Jerusalém.
Guerra santa.
Em nome do Papa.

São Francisco de Assis.
Irmão sol.
Irmão lua.                          São Benedito, Carmelitas.
Amor.
Contemplação.
Graça.
Caridade.
A prática da bondade.
A terra é o templo de Deus.
Desapego.
Salvação.

Martinho Lutero.
Henrique  oitavo.
Calvino.
Protestantismo.
Venda de indulgências.
Um pedacinho do céu.
Osso da canela.
Do burro de são José.
Orgias bacanais.
Na casa de Deus.
A contra reforma.
A inquisição.
Galileu Galilei.
Perseguição aos infiéis.
A caça as bruxas.
A salvação pela dor.
Até a guilhotina.
A virgem de Nuremberger.
A empalada.
O cinto de castidade.
A pêra.
Tortura.
Perseguição.
Campos de concentração.
Holocausto.
Ódio ao irmão.

O islã.
Caso a parte.
Alcorão.
Maomé. Ver árabe.
A palavra de Alá.
Soprada nos ouvidos dos homens.

A ciência.
A razão explica o mundo.
Ordena as coisas.
E os seres.
A origem das espécies.
A gravidade.
A terra gira.
Sol. O centro do universo.
Deus não existe.
Tudo possui explicação.
Pode ser observado.
Estudado.
Analisado.
Classificado.
Documentado.
Tudo possui razão de ser.
Somos seres pensantes.
Logo existimos.
É a lógica da vida.
Não existe alma.
Não existe nada alem do visível.
Portanto o inviso pode ser alcançado.
Tudo é produto do conhecimento.
O resto é desnecessário.

A Última ceia.
O pão e o vinho.
O trigo e a uva.
A carne e o sangue.
De Cristo.
Filho de Deus.
Através de Cristo.
O homem consome.
A eternidade.
Nutre-se do sacrifício.
Do mártir.
Repõe suas energias.
A carne e o sangue.
Do cordeiro abençoado.
O mito encarnado.
O homem santificado.
O trigo.
Amarelo.
Dourado.
Filho do sol.
Energia e poder.
Lúpulo, cevada.
A uva.
Violeta sangue.
Semente de Dionísio.
A embriaguês da alma.
A expansão do verbo.
Dialogo falado.
Com Deus.

A eternidade da carne.
A santa virgem.
A mulher condenada.
A serpente condenada.
A ética humanista, fim dos sacrifícios.
A condenação do desejo.
A privação da alma.
A negação da animalidade.
A humanidade devassa.


Conversando com Deus.

Responda-me.
Como fostes idiota.
Criaste um paraíso demarcado.
Pelos homens.
Para que os escolhidos?
Se todos somos seres humanos.
Porque condenaste o prazer?
O sentimento mais profundo.
E mais humano.
Porque a eternidade da carne.
Se tu sabias que a carne morre.
Se transforma e se renova.
Em outra coisa.
Porque condenar a noite.
Se a lua brilha e aquece o coração dos amantes.
Para que negar a carne.
Se esta é nossa natureza.
Maldito seja.
Deus da chuva, do trovão.
Pois teu crime foi criar Adão.
O patriarca da civilização.
Caminhas sobre as nuvens.
O sol é maior que a tua sombra.

Se o gozo é a morte.
Então porque a ereção.
Se há o crime, a morte.
Há um motivo para tal.
O gozo é a extinção do motivo.
A morte equilibra as energias.
Iguala a fatura.
Até a próxima insinuação.
O flerte.
A dança lasciva e curva.
Da serpente mensageira.

A reta racional e burra.
A curva inconseqüente e revolucionaria.

Como Pode a virgem santa.
Conceber a vida.
Como podem os filhos da terra.
Negarem a natureza.
Acaso seria crime multiplicar?
Como explicas a contradição dos teus métodos?
Como nos inculcasse a ressurreição da carne.
Após a morte.
Feita as contas, depois de todos.
O juízo final.
O julgamento, à volta.
Nascimento, crescimento, reprodução.
Envelhecimento, morte, ressurreição.
Como isso se minhas mãos possuem cinco dedos?
A vida após a morte.
A salvação impossível.
Mártires.
Heróis.
Heróis.
Mártires.
E a vida segue impenetrável.

Se privardes a alma de sua natureza.
Ela expandirá.
E gozara seu sangue em oferenda.
Sangue do teu sangue.
Carne da tua carne.
Filho da tua criação.
Do teu gesto.
Em tua honra.
E tua gloria.
Sou palavra encarnada.
Somos filhos teus.
Filhas e filhos.
Carregamos na mente.
A tua herança.
A tua palavra.
Falada.
Curtida.
Escrita.
Declamada, cantada.
Somos palavra.
De carne e osso.

Se é de seu desejo.
Privo meus sentidos.
Ouço tua voz.
Calo-me.
Vivo em comunidade.
Sou humano.
Civilizado.
Pertenço à humanidade.
Demarcarei, minha tua terra.
Protegerei minha esposa.
Meus filhos.
Minhas posses.
Com armas nas mãos.
Bebendo água da tua fonte.
A terra tua.
A luz.
A chuva.
O céu.
E tudo o que criaste.
Cuidarei do teu rebanho.
Enquanto houver fé e esperança.
Tua casa estará em ordem.
Não haverá crimes nem mortes.
Sem causa.
Falo em nome de ti.
Sigo a tua lei.
Sou homem.
Carne da tua carne.
Abençoado.
Encarnado.
Filho teu.

Não realizarei sacrifícios.
Usarei a tua palavra em oração.
Serei honesto.
Direto.
Iluminado.
Minhas palavras são as suas.
De igual maneira.
Meus olhos não o vêem.
Minha mente o pressente.
Anuncia a tua presença.
Tua graça emanada.
Meus ouvidos não te ouvem.
Não sinto seu cheiro.
Sua carne é desnaturada.
Meu toque não o sente.
Porem estas em mim.
Habitas meu corpo.
Minha mente.
És invisível.
Porem sensível.
Tudo emana de ti.

Onde estão tuas asas?
Caíste sobre a terra.
Desamparado.
Assim como nós.
Seus filhos malditos.
Teu filho caminhou sobre a água.
Tu caminhavas sobre as nuvens.
O que isto significa?
Não haverá mais chuva?
Foi o senhor quem decretou?
Seremos mais felizes sem as lagrimas do céu?
E quanto a terra?
Como frutificará novamente sem o liquido sagrado?
A água doce virgem, retrocedendo, agonizando.
Morrendo nascente na fonte.
O verde.
O azul horizonte.
O amarelo, violeta, vermelho, laranja.
Das flores do teu berçário.
E os pássaros.
Não cantaram amanhã.
Haverá vida sem o bater asas do beija – flor?
Do pó ao pó como.
Repetem seus filhos?
E agora que estas entre nós.
Quais são suas palavras?
Permitirás que a água atravesse podre o leito dos rios arrastando consigo a morte e o fim da harmonia celeste?
Sem fé ou esperança, atordoada.
Caminhando, amaldiçoados, sangrando.
Sem alma.
Com a face estuprada.
Chorando por dentro.
A falta de atenção.
Oh! Grande!
Este era seu desejo?
Estilhaçar a esperança, o amor?
Decretar o medo, a dor e a repugnância?
Agora que esta entre nos responda olhando em meus olhos:
Teu mito encerra hoje, nesta hora agora?
Ou haverá novos capítulos sem final?
Percebeu o apocalipse já aconteceu.
E o julgamento quando será?
Percebes o que fizeste a teus filhos?
Eles sofreram e sofrem como ordenam as tuas leis, porem a paz, a harmonia e o amor estão cada vez mais distantes.
Quando tu os expulsaste do paraíso e ordenaste a caminhada não conseguiste prever este dia horrível?
Privando o ser humano do prazer, condenaste sua alma ao sofrimento, pois ao homem consta que ao negar sua animalidade ou natureza, sua humanidade é multiplicada em diversos gestos de gentileza e horror.
Esta é a lei universal.
Não é possível desconsidera-la, pois esta em nós é antes da palavra.

Tu és crença.
Crença + crença.
Fruto do meu amor + experiência.
Tu és assim
Carne da minha carne.
Sangue do meu sangue.
Tu és assim.
Crença do homem.


Tu és assim.
Todas as coisas.
Maior que tudo.
O principio ativo.
És físico.
És químico.
És matéria.
Estas em todos os lugares.
Onipresente.
Estas aqui.
Na minha mente.
E de todos os seres.
Entre todos os que já existiram, existem.
E existirão.
És o elo.
A aliança entre os tempos.
A noite e o dia possuem a tua face.
És meu olho.
Meus sentidos internos, a chuva, sol, céu, a morte.
A sorte, o acaso e o caos.
Tudo em ti.
Em mim e aqui.
Existes de fato.
És o desejo dos homens. 

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