sábado, 9 de outubro de 2010

O Devasso.




Não acredito no que me diz o espelho. Ele que aparenta ser tão fiel indiferente até, não reflete a verdade. Sua imagem me assusta.
Desconfio.
Desconfio do reflexo.
Ele esconde a alma.

Cena Um. No Castelo.

Não havia choro nem velas, só o escuro frio e aconchegante e sua pela nua numa estante.
Veio até mim.
Sentou-se a meu lado.
Poucas palavras.
Era uma noite escura e sóbria. Estrelas no céu. O ar circulava suave e constante.
Dormi na curva dos seus cabelos.
Nada mais me era importante.
Sonhei com a dobra da sua orelha.
Minha mão agarrada no seu umbigo.
Sua coluna encaixada no meu peito.
Olhando as estrelas.
Nenhuma nuvem naquela noite.

Capitulo Três. Na Canoa.

As águas; elas vêm e vão.
Sobem e descem.
Espumas nas pedras.
Sigo.
Remando contra a maré.
Estamos frente a frente.
Nossos pés se tocam.
Meus braços continuam ocupados.
Seguimos.
Nosso olho é o mesmo.
O sol surge no horizonte baixo.
Sua luz atravessa nuvens brancas.
Devagar tudo se transforma em ouro.
Nuvens, as águas.
Sua face, nossa face dourada.
Manha de sol.

Versículo 37. Mãos.

Áspera e honesta segue apaixonada por todos os lugares.
Abertos e abrigos.
Toca, traduz o desejo sob os pelos eriçados.
Caminha sobre e sob os tecidos de fina malha.
Sobe, levanta, tira.
Sobe e desce arrastando as digitais sobre a coluna. Até a nuca, a bunda, atrás da orelha.
Passa pelo umbigo; circula devagar, nos seios, demora.
Desce, desce.
Brinca.
Lá permanece até a última gota.
Segue na coxa, joelhos e dedos do pé.
Ela não descansa.

Num Lugar: O Primeiro Sonho.

Onde estávamos é desnecessário lembrar. Como nos conhecemos?
Pode ter sido no elevador. Foi lá que seu olho me olhou.
Não pronunciei uma palavra; mergulhei na sua boca.
Mãos, línguas, pernas cruzadas. Saia levantada.
Num canto cheio de espelhos.
Boca, seio, gemidos.
Foi rápido, porém intenso.
Não era carnaval, era madrugada.

Amiga.

Abraçou-me forte, indecisa.
Seu coração palpitava.
Amava a mim e a outros.
Não me importava.
Tive de sair. Não tinha tempo para suas duvidas.
Ligou-me, estava só. Queria uma conversa, quem sabe um abraço.
Fui solicito e educado, não me excedi.
Falou no meu ouvido, abraçou-me, beijou meu rosto.
Meus dedos entre os fios dos seus cabelos.
Seu rosto no meu peito.
Coração no ouvido.
Beijamos-nos.
Seu corpo sobre o meu.
Se movendo devagar.
Minhas mãos e dedos dançando sobre sua pele.
Apertando.
Olhamos-nos finalmente.
Estávamos transando.
Éramos bons amigos.


Acordei; Uma Tatuagem.

Uma linda imagem na virilha. Um umbigo gracioso. Calça de cintura baixa, óculos escuros sobre olhos azuis.
Meu olho tarado.
Percebeu minha admiração. Moveu-se devagar, indecisa insinuante. Sua mão roçou a cintura, ajeitou a calça.
Rosas vermelhas.
Segurei sua bolsa branca. Sentou a meu lado.
Fui sincero.
Convidou-me para uma festa na sua casa. Estava só, me esperando.
Não teve jeito.
Amanhã eu conto.


No ônibus.

Sentou a meu lado.
Lábios carnudos, pele morena.
Estávamos numa poltrona invertida. Continuei olhando a rua e a linda  morena que estava algumas poltronas atrás.
Puxei assunto, nada demais, sem interesse.
Foi se abrindo de uma maneira tão rápida que me assustou.
Nossas palavras se cruzavam com harmonia.
Seu nome era lindo.
Seus lábios ah como os desejei.
Na hora do adeus não quis atacar.
Preferi deixar em aberto.
Á verei outro dia.

No Prostíbulo.

Seu nome era Raìssa.
Mentira ou verdade pouco importa agora que tudo é lembrança.
Usou roupas intimas azuis, transparentes, naquele dia.
Era loira, de média estatura, uma garota legal. Comprometida, atenciosa, uma profissional sem duvida.
Colocou o preservativo, fez um carinho e sentou-se sobre meu membro.
Balançou gostoso e rápido. Puxei seu corpo sobre o meu. Senti seus seios roçando meu peito. Virou-se, ficou de quatro se mexendo balançando seu corpo.
Deitei sobre ela. Agarrou-se nas grades, continuamos até o gozo.
Retirou o preservativo, deu um nó e colocou no lixo. Retirou da bolsa alguns papéis descartáveis e uma toalha, não me lembro ao certo, e limpou meu pênis.
Nos deitamos lado a lado e conversamos um pouco. Falou:
-          Há tempo ainda, podemos transar mais um pouco.
Colocou de novo o preservativo. Eu estava sentado, ela de quatro sobre a cama. Segurou com a mão esquerda e mergulhou sua boca em meu pênis. Sua boca ia e vinha rapidamente. Coloquei os dedos em sua vagina, três ou quatro, e beijava seu ombro enquanto ela frenética me chupava. Não fosse minha intervenção gozaríamos rápido. Ficou de quatro, a posição que mais gostava.
Alguém bateu na porta:
-          Já deu a hora!
Tivemos de parar, haja vista que nosso contrato era de meia hora.
Conversamos um pouco ainda sentados sobre a cama.
Ela gostou dos meus desenhos.

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