segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As Mascaras.

Estava só me alimentando e refletindo sobre os assuntos discutidos na sala quando alguns colegas chegaram e ocuparam as cadeiras a minha volta. Estavam se ajeitando nas cadeiras e sem prestar tempo para cumprimentos um dos colegas me interrogou agressivamente:
-          Qual é a tua cara? Escreves musicas para cantores de segunda linha, uma hora escreves poemas de amor, noutra hora falas de guerra, pintas paisagens apaixonadas e desenhas a morte. O que queres afinal?
-          Falo, escrevo e pinto o que sinto. Para isso uso os meios que considero mais adequados para representar meus sentimentos. O resto é conseqüência! Ele aparentava estar tenso, agora se sentia desafiado.
-          Não! Qual é a tua. Freqüentas vários ambientes sem se identificar com nenhum. Manténs contato com pessoas de diversas áreas do pensamento só para se manter informado. A quem queres enganar?
-          Procuro conhecer ambientes diferentes para entender como são as pessoas, o que pensam, como agem. Não falto com respeito nem sou leviano, apenas quero conhecer e penso que para isso não é preciso me entregar a qualquer fé ou filosofia de grupo.
-          O que achas da grana que estas ganhando?
-          É conseqüência do trabalho. O importante é a mensagem que estou passando e creio que esta é minha contribuição para este mundo.
-          Estas sempre entrando em contradição. Porque usas tantas mascaras? Quem tu és afinal?
-          Uso muitas mascaras e usaria quantas fossem necessário. Para mim a mascara não é um disfarce é um veiculo que supera o medo e a insegurança. Se estivesse prestada atenção nos meus atos neste período que estudamos juntos perceberia que atrás da mascara há sempre uma pessoa disposta a dizer tudo o que sente, que revela todos os segredos que possui e como um livro aberto deixa que o vento sopre todas as páginas. Se estivesse prestado atenção perceberia que sou o homem atrás da mascara.

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